Sabes, trago no meu peito este gosto por ti, por tudo aquilo que é teu, os meus olhos tão cheios dessa coisa tua, tão bonita, tão certa, e a tua beleza que parece querer ficar-me no olhar apenas, mas eu não deixo, não não não, eu quero toda essa beleza dentro de mim, a vibrar, a irradiar, a iluminar todo isto que sou por dentro, e por isso ando como louco a lembrar-me de ti, a memorizar-te, a procura do conforto de rever-te em cada pormenor, em todas as coisas pequenas, desde todos os ângulos e alturas, os cimos e os vales, as pradarias, as fontes, as chuvas, ando a assediar o tempo, a roubar-lhe a saúde, a descascar essa cortiça dura que ele usa para te manter tão longe, e por isso também ando a recitar as palavras que não disseste ainda, e a deixar que os teus silêncios belíssimos descarreguem sobre mim a sua chuvinha fina e fresca, e assim entretido nestas coisas, talvez a distância fique na verdade mais curta e um dia qualquer acabe por receber a notícia de que o inverno passou, que já estás cá, e podes tomar café amanhã...?
Sándalo Naranja
One of the best poem. Great post and i really like it. Thank you so much for the share and i like to share it my Blog too.
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